quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Tomando o Reino “à força”

L’esprit que Dieu nous a donné n’est pas timidité, mais force, amour et maîtrise de soi – (Deuxieme Lettre à Timothée chapitre deux v.7)

(O Espírito que Deus nos deu não é de timidez, mas força, amor e autocontrole).

Depuis la venue de Jean-Baptiste jusqu’à présent, le Royaume des Cieux se prend par force et ce sont les plus décidés qui l’emportent. (Mattie 11: 12)

(Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos céus é tomado à força, e os que usam de força se apoderam dele).

Tomando o Reino “à força”

Uma modalidade de cristianismo radical

“De que adianta irmãos alguém dizer que tem fé, se não tem obras (...) e eu lhe mostrarei a minha fé pelas obras”. (Tiago 2: 14 -18).

Nesse breve texto tentarei discorrer a respeito de algumas de minhas opiniões acerca de alguns temas relacionados à vida cristã em geral. Peço a Deus que me dê de Sua unção de ousadia para colocar o dedo em algumas feridas que precisam ser tratadas.

Como tomaremos o Reino de Deus “à força”? O que o Evangelho de Mateus quer dizer com isso? Autoridade, vigor, constância, equilíbrio, intensidade, todas elas, são palavras que podem nos nortear no entendimento dessa expressão. Mas, a verdade é que, o que essa passagem deve nos causar é confronto da parte de Deus.

Temos nos contentado com muito pouco, muitas das nossas idéias no que diz respeito a receber algo de Deus estão completamente equivocadas. Temos oferecido a Deus sacrifícios parecidos com os que o povo de Israel oferecia nos tempos de Isaías, e que esse considerava como repugnante. Para muitos, o maior sacrifício se resume em ir a igreja em dias de chuva ou na fidelidade do dízimo. Algo parece estar errado.

Mas, por que isso acontece? O que nos falta? Vivemos em tempos onde as informações chegam até nós num piscar de olhos e mesmo em tempos assim, onde podemos encontrar informações a qualquer momento, parecemos desorientados. Nunca se escreveu tanto sobre Deus, nunca se escreveu tanto sobre Jesus, nunca se escreveu tanto sobre os humanos, porém, nunca estivemos tão desorientados.

É triste relatar esse tipo de acontecimento, e, mais triste ainda, é perceber que muitas pessoas tem naufragado na fé por fazer as coisas certas da maneira errada. Muitos estão decepcionados com Deus, frustrados, muitos desistiram no meio da caminhada. As portas parecem estar se fechando, muitos já deram seu último urro num pedido desesperado por socorro.

E no meio disso tudo algum louco decide escrever num blog sobre tomar o Reino à força, você pode estar pensando, com que força vou tomar o Reino?

Muitos dos questionamentos colocados aqui são também compartilhados por mim. Não conheço respostas 100% satisfatórias para os problemas apresentados. Porém , deixo aqui alguns dos direcionamentos que tenho encontrado na palavra no sentido de vencer tais adversidades.

Um dos maiores problemas da nossa sociedade “fast-food” é querer tudo no menor tempo possível. Muitos cristãos também querem um evangelho fast-food e não se importam com a qualidade do alimento que estão recebendo. Tempo de qualidade com Deus é meu primeiro conselho para vencer as adversidades da vida e adquirir a força necessária para cumprir aquilo que Deus almeja pra você.

Domínio da palavra é outro desses conselhos. Jesus disse certa vez: errais por não conhecer as escrituras. Um tempo de qualidade com Deus nos permite um maior aprofundamento na palavra e, por conseguinte, uma maior maturidade e autoridade espiritual. A Bíblia é a palavra de Deus e é através da palavra que venceremos as astutas ciladas do inimigo.

Um maior tempo com Deus e um amadurecimento em relação aos seus ensinamento nos torna guerreiros mais fortes de oração. A fé é pelo ouvir, ouvir a palavra de Deus. Nossas orações são, muitas vezes, fracas e de curto alcance porque não acreditamos naquilo pelo que oramos. Deus espera mais de nós. Como Deus pode operar através de um incrédulo? Tempo com Deus, palavra, oração, são disciplinas básicas de um discípulo de Cristo, que, nos permitem ouvir a Deus. Torna o contato mais denso, diminuem-se os erros, diminuem-se as dúvidas.

No início dessa reflexão falei sobre tomar o Reino de Deus “à força” porém, só se toma este reino à força sendo inteiramente dependente. Parece paradoxal sendo a dependência uma atitude que, aos nossos olhos, parece ser tão passiva, enquanto a expressão “a força” nos faz pensar num agir desenfreado. Parece, mas não é! A dependência nos permite ouvir a Deus de uma forma tão mais profunda que podemos concentrar toda a nossa força, toda a nossa intensidade, toda a nossa constância num alvo certeiro marcado pelo próprio Jesus. Nosso senso de direção fica mais apurado e não nos perdemos mais pelo caminho. Nosso rumo segue uma só voz, a de Cristo. Não somos mais guerreiros sem uma voz de comando.

Como temos comunhão e domínio sobre a palavra não nos decepcionamos com Deus, pois entendemos que ele age de formas singulares e não opera segundo nossos “achismos”. Como um pai, importa a Ele tomar as atitudes que nos farão crescer. É certo também que nunca entenderemos totalmente suas formas de agir, porém, podemos sempre ter sem mente que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus.

O que é tomar o Reino de Deus à “força”? É compartilhar dos anseios e dos desejos de Deus para nossas vidas, é ser dependente de Deus, é entender que Deus não age como queremos e que Ele sempre enxerga além do que podemos ver. É ter certeza daquilo que Deus quer pra nós e empregar toda a nossa força, toda a nossa garra, toda a nossa juventude para cumprir Seus desígnios. É mostrar a fé pelas obras. É combater o bom combate e guardar a fé. É compartilhar do amor de Cristo por nós e, se preciso for, dar a vida pra que todos O conheçam.